domingo, 29 de agosto de 2010

A breve segunda vida de Bree Tanner

Stephenie Meyer
Intrínseca - 191 páginas

Nenhuma novidade nesse romance da série Crepúsculo, que resgata a história da vampira recém-criada Bree, uma "personagem relâmpago" de Eclipse.
O contexto é a criação de novos vampiros que têm como objetivo atacar a família Cullen e, por tabela, acabar com a vida da humana Bella. A vampira má Victória está por trás disso tudo e é mais que sabido e manjado e por todos.
O livro não tem capítulos, como os anteriores, e parece ter sido escrito às pressas para aproveitar o "boom" do momento.
Interessante é o comentário da autora na introdução, quando diz "quanto mais eu me aproximava do fim inevitável, mais queria ter terminado Eclipse de um jeito um pouco diferente" (pág 9).
Stephenie fez uma saga de sucesso e não precisava acabar dessa forma.

Quer dizer, as coisas podem não acabar por aí. Não duvido nada se logo surgir alguma história de um personagem perdido ou esquecido nas tramas anteriores. Minha aposta? Vai para o "Freak Fred", vampiro recém-criado, amigo de Bree, que foge para Vancouver e tem talentos especiais.


Aguardem!

sábado, 21 de agosto de 2010

O livro mais mal-humorado da Bíblia: a acidez da vida e a sabedoria do Eclesiastes


Ed René Kivitz
Editora Mundo Cristão - 224 páginas


Quem já leu o livro de Eclesiastes na Bíblia sabe que o tema central gira em torno do sentido da vida:
" Eu queria saber o que vale a pena, debaixo do céu, nos poucos dias da vida humana." (Ec 2:3)

Com a lucidez que lhe é característica, o autor aborda as vaidades e o problemas tratados pelo Eclesiastes e como vencer cada um, seja ele o tédio, a injustiça, a religião, o dinheiro, a pretensão, a insensatez, o tempo, entre outros.

De Camus à Pascal, passando por Heisenberg, C. S Lewis, Nietzshe e tantos outros, Ed passeia pelo conhecimento de grandes homens, sempre mostrando o que a Bíblia tem a dizer. É uma delícia esse embate!

Se por um lado o Eclesiastes (escrito no século III a.C) mostra que a vida deve ser aproveitada, diz também que Deus julgará a todos (cap 12:14). Então, como viver bem e intensamente?

O autor nos sugere caminhos para se chegar a essa resposta, que não é pronta e nos faz refletir sobre assuntos espinhosos como a morte, a vida que diz ter e a vida que se quer etc.
Por fim, ao mostrar que a vida tem de ser vivida em 3 esferas (a dos problemas com suas soluções; a dos paradoxos e das perplexidades), nos ensina como viver sempre com fé.

Se você procura um livro bem-humorado, inteligente e que instiga a reflexão à luz da Palavra, achou.


Boa leitura!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mensagem

Fernando Pessoa (1888-1935)
Clássicos Abril - 113 páginas

"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena..." (página 66 - Mar Português)

Quem não conhece esse trecho de Pessoa?
Mensagem foi o único livro em língua portuguesa publicado em vida por Pessoa. E tudo indica que ele escreveu ao longo de vários anos, entre 1913 e 1934.
Aqui ele celebra o nacionalismo português, as viagens pelo mar afora, as conquistas, as perdas...
Há muito simbolismo e alusão à grandes reis, por isso o rodapé desta edição torna-se precioso e indispensável para um bom entendimento.

Para quem só conhecia os heterônimos de Álvaro de Campos, Alberto Caieiro e Ricardo Reis, vale a pena conhecer esse Fernando (que, aliás, criou 72 heterônimos!) nacionalista e cheio de ideais.

"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce" (página 55)

Simples assim?
Para um mestre como ele, sim...

Boa leitura!

domingo, 8 de agosto de 2010

Oração: cartas a Malcolm

C.S Lewis (1898-1963)
Editora Vida - 157 páginas


"Deve-se aprender a caminhar antes que se possa correr. Nós não devemos ser capazes de adorar a Deus nas ocasiões mais ilustres se não adquirimos o hábito de fazê-lo nas mais triviais."


Quem é fã dos livros das "Crônicas de Nárnia", como eu, sabe: C.S. Lewis é "o cara" para nos envolver com simplicidade ao falar de coisas do reino de Deus.


Mas esse é um livro diferente por vários motivos. Os capítulos são, na verdade, várias cartas escritas a seu amigo Malcolm, com pensamentos e teorias (se é que podemos dizer assim) sobre oração.


Cada capítulo-carta aborda um aspecto da oração: quando fazer? Como saber que ela é importante a ponto de merecer uma súplica? Como ele enxerga o Pai Nosso? E os livros de orações (comuns na época), são válidos? O que é ser religioso? Qual "eu" deve aparecer na oração? Por que é mais fácil orar pelos outros? Purgatório existe? Como ele vê a ressurreição? Orar é sempre bom? Por que nos distraimos muitas vezes?


Uma ressalva a fazer é que Lewis menciona muitos autores, eruditos, conhecidos contemporâneos e as leituras explicativas dos rodapés passam a ser obrigatórias, tornando-se, por vezes, cansativas.

Além disso, ele muda de assunto sem concluir o raciocínio anterior, em algumas partes. Mas, como estamos lendo "cartas", pode estar aí a justificativa para alguns desses "lapsos".

O livro tem uma premissa interessante , é bom mas...ainda fico com Nárnia e outras obras dele, como A anatomia de uma dor, Milagres e O problema do Sofrimento.

Boa leitura!