sexta-feira, 23 de março de 2012

Precisamos falar sobre o Kevin

Lionel Shriver
Intrínseca - 464 páginas

"São tantas as histórias que já estão esboçadas antes de começar." (página 22)

Esse é um livro denso, duro e marcante. Se quiser coisa leve para distrair a mente, nem chegue perto, porque esse machuca.

Eva Khatchadourian é mãe de Kevin - um garoto de quase 16 anos que mata 9 pessoas de seu colégio - e é sob a visão dela que iremos tomar conhecimento de toda a história.

Os detalhes desta fatídica quinta-feira de abril de 1999, assim como de fatos da vida de Kevin ao longo de sua existência, são despejados nas cartas que Eva escreve para Franklin, seu marido. São palavras de dor, escritas num tom confessional, que saem de seu coração, ora aos prantos, ora com raiva.

Onde erraram? Porque ela sempre soube que o menino tinha "algo" diferente, que tinha uma índole má, manipuladora e traiçoeira, a despeito do que pensava Franklin? Por que a outra filha, Célia, não era assim, mas era gentil e amável?

Ao fazer uma retrospectiva da forma como conheceu Franklin, do seu trabalho como executiva de uma empresa de guias de viagens, da decisão de ter um filho, do nascimento de Kevin, da educação dos filhos e dos problemas nesse processo, nós mergulhamos fundo no mundo de Eva.

Somos levados a ver Kevin como alguém que já nasceu mau, desde o berço: não uma maldade infantil comum, mas um jeito cruel de agir com todos com os que o cercavam.


Agora, quase 2 anos após a tragédia, Eva ainda encontra forças para visitar o filho encarcerado numa instituição para menores infratores e continua se surpreendendo com as atitudes dele.

Leitura dolorosa, mas muito boa.

p.s. abaixo, a dedicatória do meu presente.

4 comentários:

  1. Muito boa resenha. Temos uma crítica sobre o filme na Feedback Magazine. Se puder dá uma conferida.

    http://www.feedbackmag.com.br/critica-precisamos-falar-sobre-o-kevin/ via @feedbackmag

    Beijos.

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  2. Rodrigo,

    Muito boa a resenha! Agora, mais do nunca, preciso assistir ao filme :)

    bjos e obrigada pela visita!

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  3. Eu fiquei fascinado pela história por causa do ponto de vista. O que acontece, o que sentem justamente os pais de um jovem que comete um crime desses?
    Nunca ouvimos falar dos parentes, dos amigos, das pessoas próximas ao criminoso!
    10 para a ideia do livro - 100 para a dedicatória! ;oP
    Beijos!

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  4. Ru,
    realmente, o livro foge das histórias convencionais e prende a atenção do começo ao fim.
    Aliás, adoro os livros que me dá/indica. O "Não me abandone jamais" também foi ótimo, com uma trama igualmente impactante.

    bjos e...obrigada pelo presente maior que é a sua amizade!

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