segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Humilhação

Philip Roth
Companhia das Letras - 102 páginas

"Sou um mentiroso. E nem mesmo sei mentir bem. Sou uma fraude." (página 28)

Simon Axler, um ator de 65 anos, de repente percebe que seu talento se foi: não consegue mais subir num palco e interpretar:

"uma sorte esse talento que me foi dado, uma sorte que já passou." (pág 29)

A mulher o abandona e, sem saber como seguir a vida, decide se internar num hospital psiquiátrico. Seria o fundo do poço?

Então, depois de 26 dias, ele volta para casa e reencontra Pegeen Stapleford, 25 anos mais nova, filha de um casal de amigos atores.

De repente, Simon se vê envolvido por Pegeen e ambos decidem "assumir o risco" de um relacionamento. Seria o momento de sair do poço e tentar uma nova vida?

Boa leitura!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Caravana Contrária

Mário Chamie (1933 -2011)
Geração Editorial - 204 páginas

"Amor é / a força / viva da dor. / Mas dor / de amar / é a força viva / do amor, / sombra que morre / sem passar, / sol que nasce / sem se por." ( Sol Permanente - página 74)

A poesia de Chamie é única: não dá pra comparar. Surpreendente, insana, impossível, irreverente, humana, filosófica (esta como bem lembrou Gilberto Freyre, certa vez).

Suas palavras carregam mais que simbolismos:

"Por trás / de toda palavra / há uma trama / cavada." (trecho de Por trás da palavra - pág 43)

São labirínticas:

"O sábio que há em você / não sabe o que sabe / o tolo que não se vê. / Sabe que não se vê / o tolo que não sabe / o que há de sábio em você. / Mas o tolo que há em você / não sabe o sábio que você vê." (O tolo e o sábio - pág 143).

Boa leitura!

sábado, 20 de abril de 2013

História Fácil

Zezina Bellan
Z3 Editora - 122 páginas

" A boa história é aquela que produz emoção. Porque a emoção produz aprendizagem." (página 18)

O livro é dividido em 3 partes:
1) Os tipos de histórias para as crianças (contos de fadas, fábulas, lendas etc)
2) O papel das histórias no desenvolvimento infantil  ( o que explorar em cada idade e de que forma) e
3) Técnicas para contar histórias (com fantoches, sucatas, livros etc).

Apesar de interessantes, tudo é tratado de forma muito superficial. A autora, por exemplo, menciona 30 técnicas para contar histórias, mas não se aprofunda, nem ilustra nenhuma. Descreve basicamente o que é e sugere a criatividade para explorar a técnica.

Além disso, ao falar dos contos de fadas, por exemplo, emenda com a história bíblica de Isaque e Rebeca da seguinte forma: " Na Bíblia também há histórias com estas características literárias..." (página 22), dando a entender, de forma involuntária, que o relato bíblico também é um conto de fadas.

Claro que não deve ter sido proposital, mesmo porque ao falar das fábulas e relatar outra história bíblica em seguida, ela ressalta que "... não se pode classificar uma história bíblica como sendo fábulda porque, estando inserida na Bíblia - a Palavra de Deus - acreditamos ser verdade e ter acontecido realmente." (página 30)

A obra é interessante, mas deixou muita coisa solta, no ar.
Funcionou como um prefácio de algo que poderia ter evoluído com exemplos mais objetivos e edificantes.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Maravilhosa Graça

Philip Yancey
Editora Vida - 278 páginas

"...a graça é realmente surpreendente: trata-se de nossa última palavra perfeita." (página 11)

Numa época de legalismos e moralismos, ler sobre graça é um bálsamo para a alma.

Os fariseus de plantão, que insistem em ver o cisco no olho alheio e fazem vista grossa às suas próprias imperfeições, existem aos milhares. Muitos agem, escrevem e se promovem como donos da verdade, mas na prática são egoístas e idólatras do próprio ego. Onde estão os frutos do Espírito? Onde estão o amor, o perdão, a graça?

O autor nos leva a refletir sobre esses assuntos e comportamentos, primeiro com a definição do que é graça e, depois mostra o que ela faz em/por nós. 

"[a graça trata] de não levar em conta" (pág 55)

"Graça significa que não há nada que possamos fazer para que Deus nos ame mais (...) e significa que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar menos." (pág 64)

"A lei simplesmente indicava a enfermidade; a graça realizou a cura" (pág 197)

Depois, ele traz esses conceitos para os dias atuais, onde política e religião se tornaram "a bola da vez":

"...estamos enfatizando menos a misericórdia e mais a moralidade." (pág 217)

Com lucidez, o autor nos leva a caminhar com compaixão, amor e perdão diante dos conflitos da vida.

Difícil?

Talvez, mas nesse caso dar um passo com "graça" já mais que meio caminho andado.

Boa leitura!