Carlos Ruiz Zafón
Suma de Letras - 410 páginas
"Todos nós abandonamos grandes esperanças pelo caminho..." (página 183)
Há 2 anos, quando li Zafón pela 1a vez, me apaixonei pelo seu estilo e talento. A Sombra do Vento me prendeu pela trama e Marina, pela sensibilidade.
Agora, essa obra me atraiu pela curiosidade: voltamos para a Barcelona do século XX, mas um pouco antes da trama de A Sombra do Vento. Lá, vimos a história de Daniel Sampere. Aqui, temos a história de seu avô e pai, Sampere Júnior, em uma trama secundária, mas igualmente envolvente. O enredo principal se dá com David Martín, um jovem escritor que viu seu pai ser assassinado, e que é mal pago pelos seus livros e escritos.
Tudo muda quando recebe o convite do misterioso editor de livros Andreas Corelli, para escrever a obra que mudará a sua vida pessoal e financeira. O mundo seria perfeito se o preço a pagar não fosse tão alto.
Assim como em A Sombra do Vento, a trama de David se mistura com a de outro personagem, Diego Marlasca, outro escritor que recebeu o mesmo desafio que ele anos antes e que morreu de forma misteriosa antes de concluir sua missão.
Reviravoltas, surpresas, mudanças de rumo e mistério permeiam o livro todo de forma surpreendente. Pena que o final não tenha sido aquilo que eu esperava e que o autor tenha se perdido na fantasia.
Mesmo assim, vale a pena a leitura!
p.s. e pra quem foi atento ao trecho que separei no começo, sim o autor faz uma homenagem a Charles Dickens, com sua obra prima Grandes Esperanças.
Resenhas de livros que li e, de certa forma, gostei. Muito ou pouco. Não tenho o objetivo de comparar escolas literárias, estilos, datas, épocas... Leitura pra mim é diversão e divulgo o lado alegre, poético, lúdico, desafiador de cada livro. Boa viagem!
quinta-feira, 27 de junho de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Principados e poderes: reflexões pastorais sobre batalha espiritual
José Ildo Swartele de Mello
Ed Filhos da Graça - 200 páginas
"A Bíblia começa com a descrição de um paraíso terreno e termina com a revelação de um paraíso celestial. Entre um e outro, relata muitas batalhas espirituais." (página 17)
Foi com alegria que estive no lançamento desse livro no fim do mês passado para prestigiar meu ex-pastor, um verdadeiro servo de Deus.
E, claro, ao ler o livro não me decepcionei, pelo contrário, pude comprovar como ele foi usado pelo Espírito Santo para falar sobre um tema tão importante em nossas vidas: as batalhas espirituais.
Na obra, o bispo Ildo nos explica que batalhas são essas (sua origem, natureza e propósito), quem são nossos adversários e como devemos enfrentá-los.
"A batalha espiritual consiste na luta cotidiana do cristão por resistir às tentações e todas as investidas de Satanás, mantendo fidelidade em busca de santidade e maturidade cristã, vivendo para a glória de Deus, buscando Seu Reino em primeiro lugar, revestidos de toda a armadura de Deus (Efésios 6:10-20)."
Cristo já venceu a principal batalha e nos garante a vitória no dia final, mas até lá estamos "sujeitos a ataques e aflições". Daí a importância do nosso relacionamento com Deus e com nossos irmãos.
Por fim, o autor desmistifica certas práticas comuns no contexto evangélico de hoje, que não condizem com as Escrituras.
O livro é didático, claro, objetivo e instruidor. Irá abençoar a sua vida e trará luz às diversas questões sobre o assunto.
Quer saber onde comprar?
Clique aqui e boa leitura!
p.s. segue a minha dedicatória =]
Ed Filhos da Graça - 200 páginas
"A Bíblia começa com a descrição de um paraíso terreno e termina com a revelação de um paraíso celestial. Entre um e outro, relata muitas batalhas espirituais." (página 17)
Foi com alegria que estive no lançamento desse livro no fim do mês passado para prestigiar meu ex-pastor, um verdadeiro servo de Deus.
E, claro, ao ler o livro não me decepcionei, pelo contrário, pude comprovar como ele foi usado pelo Espírito Santo para falar sobre um tema tão importante em nossas vidas: as batalhas espirituais.
Na obra, o bispo Ildo nos explica que batalhas são essas (sua origem, natureza e propósito), quem são nossos adversários e como devemos enfrentá-los.
"A batalha espiritual consiste na luta cotidiana do cristão por resistir às tentações e todas as investidas de Satanás, mantendo fidelidade em busca de santidade e maturidade cristã, vivendo para a glória de Deus, buscando Seu Reino em primeiro lugar, revestidos de toda a armadura de Deus (Efésios 6:10-20)."
Cristo já venceu a principal batalha e nos garante a vitória no dia final, mas até lá estamos "sujeitos a ataques e aflições". Daí a importância do nosso relacionamento com Deus e com nossos irmãos.
Por fim, o autor desmistifica certas práticas comuns no contexto evangélico de hoje, que não condizem com as Escrituras.
O livro é didático, claro, objetivo e instruidor. Irá abençoar a sua vida e trará luz às diversas questões sobre o assunto.
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quarta-feira, 5 de junho de 2013
A varanda do frangipani
Mia Couto
Companhia das Letras - 147 páginas
"[No asilo] se descoloriam os tempos, tudo engomado a silêncios e ausências." (página 11)
Ermelindo Mucanga, carpinteiro, morreu às vésperas da Independência de Moçambique. Foi enterrado, então, embaixo de um pé de frangipani, árvore que dá flores lindas e perfumadas, próximo à fortaleza de São Nicolau.
Passadas 2 décadas, o local passa a abrigar um asilo e as autoridades decidem transformar Mucanga em herói póstumo, o que não lhe agrada. Para se safar desta, seu fantasma precisa ocupar um corpo vivente que está prestes a morrer. O escolhido é o inspetor de polícia, Izidine Naíta, que chega ao asilo para apurar a morte do diretor, Vasto Excelêncio, assassinado em condições misteriosas.
Ao entrevistar os velhos do asilo, Naíta percebe que não falam a verdade, mas mesmo assim os ouve: é a única forma de conseguir alguma informação sobre o assassinato.
O autor, como de praxe, recorre à fantasia, à poesia e a elementos da cultura local para criar essa trama de mistério, que nos faz refletir sobre questões sociais, como a velhice, a política e as politicagens do mundo.
"...primeiro, me acabou o riso; depois, os sonhos; por fim, as palavras. É essa a ordem da tristeza."
Vale a pena a leitura!
Companhia das Letras - 147 páginas
"[No asilo] se descoloriam os tempos, tudo engomado a silêncios e ausências." (página 11)
Ermelindo Mucanga, carpinteiro, morreu às vésperas da Independência de Moçambique. Foi enterrado, então, embaixo de um pé de frangipani, árvore que dá flores lindas e perfumadas, próximo à fortaleza de São Nicolau.
Passadas 2 décadas, o local passa a abrigar um asilo e as autoridades decidem transformar Mucanga em herói póstumo, o que não lhe agrada. Para se safar desta, seu fantasma precisa ocupar um corpo vivente que está prestes a morrer. O escolhido é o inspetor de polícia, Izidine Naíta, que chega ao asilo para apurar a morte do diretor, Vasto Excelêncio, assassinado em condições misteriosas.
Ao entrevistar os velhos do asilo, Naíta percebe que não falam a verdade, mas mesmo assim os ouve: é a única forma de conseguir alguma informação sobre o assassinato.
O autor, como de praxe, recorre à fantasia, à poesia e a elementos da cultura local para criar essa trama de mistério, que nos faz refletir sobre questões sociais, como a velhice, a política e as politicagens do mundo.
"...primeiro, me acabou o riso; depois, os sonhos; por fim, as palavras. É essa a ordem da tristeza."
Vale a pena a leitura!
sábado, 1 de junho de 2013
A Rosa do Povo
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Companhia das Letras - 188 páginas
"As palavras não nascem amarradas,
elas saltam, se beijam, se dissolvem..."
(página 9 - "Consideração do Poema")
Esse mineirinho de Itabira tinha o dom de desatar as palavras.
Essa obra, publicada em 1945, mostra um poeta que se comove com as dores da guerra e com a morte (como em "Carta a Stalingrado", " Visão 1944" e "Morte no avião"). É um poeta maduro, que faz um balanço da vida, do tempo, das perdas ( como em "Ontem" e "Indicações").
O tempo e seus contratempos são o mote do livro.
"O rosto no travesseiro,
escuto o tempo fluindo
no mais completo silêncio..."
("Desfile")
"Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos."
("Nosso tempo")
"No quarto do hotel
a mala se abre: o tempo
dá-se em fragmentos..."
("Assalto")
O tempo não poupa dores, nem amores.
"O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua..."
("Consolo na praia")
Excelente leitura a qualquer tempo!
Companhia das Letras - 188 páginas
"As palavras não nascem amarradas,
elas saltam, se beijam, se dissolvem..."
(página 9 - "Consideração do Poema")
Esse mineirinho de Itabira tinha o dom de desatar as palavras.
Essa obra, publicada em 1945, mostra um poeta que se comove com as dores da guerra e com a morte (como em "Carta a Stalingrado", " Visão 1944" e "Morte no avião"). É um poeta maduro, que faz um balanço da vida, do tempo, das perdas ( como em "Ontem" e "Indicações").
O tempo e seus contratempos são o mote do livro.
"O rosto no travesseiro,
escuto o tempo fluindo
no mais completo silêncio..."
("Desfile")
"Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos."
("Nosso tempo")
"No quarto do hotel
a mala se abre: o tempo
dá-se em fragmentos..."
("Assalto")
O tempo não poupa dores, nem amores.
"O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua..."
("Consolo na praia")
Excelente leitura a qualquer tempo!
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