sábado, 7 de dezembro de 2013

A Culpa é das Estrelas

John Green
Intrínseca - 286 páginas

"Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações." (página 281)

Se o livro fica muito tempo na lista dos mais vendidos, começa a aquela coceirinha em mim pra ler. Graças a uma amiga, consegui este emprestado e li em dois tempos.

É uma história triste, já adianto. Muito triste mesmo: Hazel Grace é garota de 16 anos que tem câncer e participa de um grupo de apoio na igreja. Não por gosto, mas porque não vê outro meio de evitar. Sua doença ataca os pulmões e ela é obrigada a andar com um carrinho de oxigênio onde quer que vá.
Neste grupo de apoio ela conhece Isaac, um garoto com problemas de visão decorrentes do câncer, e Augustus (Gus), seu grande amor, que superou um câncer a custa de perder uma perna e, por isso, anda com a ajuda de uma prótese.

"Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados." (pág. 235)

Hazel manteve a amizade apenas com uma garota, Kaitlyn. Ela gosta mesmo é de ler e reler um livro, cuja história termina no meio de uma frase e a deixa intrigada há tempos.

Gus gosta de jogar videogame com Isaac e, depois de conhecer o livro-paixão de Hazel, também fica intrigado com esse "final sem fim".

Então, ambos decidem viajar para Amsterdã para conhecer o autor do livro (Peter Van Houten) e descobrir o destino de cada personagem. A partir daí, a vida de ambos toma um rumo novo e o nó da garganta do leitor se transforma em choro (fica o alerta).

É uma história fofa, apesar de trágica, mas só estranhei o tom pessimista do livro todo: o câncer vem para destruir todos os sonhos e ponto final. Claro que esta é uma doença terrível, mas muitas pessoas são curadas também. Faço tratamento em uma clínica e vejo sempre crianças sadias indo abraçar seus antigos médicos, depois de serem curadas. E não são poucas, graças a Deus!

Além disso, estranhei o isolamento desses jovens de seus amigos. Eles, ao ficarem doentes, só se relacionam com os doentes.

Hazel ainda tenta explicar:
"A doença gera repulsa. Aprendi isso há muito tempo..." (pág. 39)
"...a evidência física da doença separa você das outras pessoas." (pág. 134)

Até entendo que o nível de interação com as pessoas não-doentes possa cair, mas acabar de vez é no mínimo estranho.

Bom, são impressões minhas, que já passei meses a fio doente, internada, fazendo tratamento, mas sem perder a fé, a alegria de viver e o contato com aqueles que sempre foram importantes para mim.

Agora, é esperar o filme e a choradeira que vem por aí.
Boa leitura!

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