sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O Teorema Katherine

John Green
Intrínseca - 302 páginas

"É possível amar muito alguém. Mas o tamanho de seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela." (página 141)

Modinha, só pode ser modinha esse auê em torno de John Green, foi o que pensei quando li A Culpa é das Estrelas, cerca de um ano atrás. Bom, ele realmente não é lá essas coisas, principalmente por causa do tom extremamente fatalista e irônico, mas até que dá aguentar. Mas esse - O Teorema Katherine - é muito chato!
Claro que tem alguma melhora no final, mas aí você teve que resistir bravamente pra chegar lá.

A trama gira em torno de Colin Singleton, um adolescente que teve 19 namoradas chamadas Katherine, e um dia decide pegar a estrada com o amigo Hassan Harbish (um muçulmano gordinho e cheio de piadas), para tentar superar o último fora.

Nerd assumido, fanático por criar anagramas e gráficos, Colin deseja ser importante nesse mundo, deixar sua marca para a posteridade.

"Qual o sentido de estar vivo se você nem ao menos tenta fazer algo extraordinário?" (pág. 46)

Hassan, por outro lado, deseja levar uma vida boa, longe da faculdade e das responsabilidades.

É assim que partem sem destino, chegam numa cidadezinha chamada Gutshot e conhecem Lindsey e sua mãe. O que era para ser uma pequena parada, se torna uma estada um pouco maior e ali Colin decide desenvolver o seu teorema das relações amorosas, baseado em fórmulas e gráficos.

OK, isso e uma história para adolescentes mas até minha sobrinha de 12 anos (que me emprestou o livro, num momento que não tinha nada para ler e já estava ficando nervosa...), me alertou: "Tia, o livro é chato!"

Bom, talvez eu deva seguir um conselho de Lord Byron, em Lara e Don Juan, citado no livro por Colin: "A eternidade ordena a ti que esqueça." (pág. 99)

Melhor mesmo...



quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O tempo entre costuras

María Dueñas
Planeta - 480 páginas

"...o mar me trouxe naquela manhã sensações esquecidas entre as dobras da memória: a carícia de uma mão querida, a firmeza de um braço amigo, a alegria do compartilhado e o anseio do desejado."

Sira Quiroga é uma jovem noiva, que vive em Madri às vésperas da Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Tal qual sua mãe, é uma costureira habilidosa e, um dia, encantada por um homem desconhecido, decide abandonar tudo e partir para Tânger, em Marrocos.

E então, seu mundo desaba. Sira, de uma hora para outra, se vê sem dinheiro e sem rumo a seguir:

"...descobri, com o mais intenso desgosto, que a qualquer momento e sem causa aparente, tudo aquilo que julgamos estável pode se desajustar, desviar, entortar o rumo e começar a mudar." (página 50)

Com a ajuda de Candelária, a dona de pensão onde vive, Sira consegue montar seu ateliê de costuras e passa a atender gente da alta sociedade. Faz amizade com Rosalinda Fox (personagem histórica), se apaixona por um jornalista e, novamente, se vê diante de um grande dilema assim que a Segunda Guerra começa.

"não estava preparada para sentir de novo a angústia de uma ausência." (pág. 251)

Agora que tudo está se ajeitando, ela deve aceitar esse novo desafio?

A autora mistura personagens fictícios com personagens históricos para criar uma trama envolvente, que te prende do começo ao fim.

Vale a pena a leitura!